Que Bem Cheira A Maresia
17.12.04
Vagas De Ternura

Torno a nascer
depois de ter nascido,
sem ter de morrer
embebendo-me na tua pele
entranhando-me nos teus sentidos.
Teus seixos rolam pelo meu corpo,
carícias de desejo e dor, gestos de amor, abraços benvindos,
pedaços de côr.
sou a mulher fecundada
por vagas de ternura
de um rio,
caudal obliquo e incerto,
revoltoso e voraz,
fera amansada
ao encontro do mar.
Meus olhos desabam, tuas mãos tremem,
a água cai, fluído irisado
na minha cara
do teu rio
no meu peito
do teu coração;
amar sem ter amor,
sem nada para nos darmos
na noite negra sem côr,
no vazio do silêncio,
estamos sós.
Caem pétalas de flores
no campo de batalha, no leito,
a alegria, o amor, a raiva, a dor,
noite fria sem estrelas
salpicos do rio no lençol.
Mar Azul
Posted by Que Bem Cheira A Maresia ::
17.12.04 ::
0 Comments:
Comentar Aqui/
Ou aqui
-------------------------------------