"... E todos os erros se encostam ao lombo curvado desse Destino vago e mudo, agora
talhado na estética negra das espirais. Os do Amor justificam-se, evidentemente, pela sem
razão que os inspira-como se o Amor não nascesse e morresse sempre em razão do tom de
de uns olhos, da curva de uma cintura, da quimica especifica do sexo. Os erros que sobram do
Amor atribuem-se à Amizade. Esses, estendem-se pelo mundo em geografias de partilha ou
antagonismo. E justificam-se pela incapacidade humana de discernimento num universo desertado
pelos deuses e demasiado confuso. Acabamos por considerar o erro como um destino. Atingimos
assim os cumes em que boa consciência e má vontade se unem para nos manter imóveis perante
todas as atrocidades. Mas quem quer cansar-se a ouvir falar do mal e do bem, quem quer compro-
meter-se até à morte com os defeitos e qualidades de um outro, apenas em troca desse nada imenso
que é a Amizade?...."
Inês Pedrosa
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